quarta-feira, 20 de maio de 2020

Volume II

O volume II de São Luís do Maranhão, Corpo e Alma é dedicado ao século XX. A característica informal da narrativa, destacada no tomo anterior, adquire maior intensidade e alcança pleno desenvolvimento. História tecida como painel de quadros vivos, no entrelaçamento frutífero entre pesquisa, memórias e imagens da cidade. Uma estrutura simples e eficaz para delinear as transformações ocorridas, não apenas na configuração do espaço urbano, mas, sobretudo, de traços sociais, do movimento cotidiano das ruas, lembranças de costumes, de tipos populares. Encontro com nossos grandes comerciantes, farmacêuticos, professores, artistas, mas também pregoeiros, motoristas, donos de bares e mercearias, descrições de lojas, barbearias, salões de beleza, lembranças de personagens das ruas e muito mais, cenas do carnaval, as festas juninas, o teatro, programas de rádio e o início da televisão, num fluxo admirável de informações e reunião de reminiscências.
O início do século foi marcado pela reforma do Largo do Quartel, a construção da Avenida Silva Maia, a nova feição da Avenida Maranhense, a reforma das praças Gonçalves Dias e Odorico Mendes e os bairros formados nas redondezas das fábricas recém instaladas. Alterações significativas ocorreriam na passagem para a década de 1940, quando se efetivaram algumas linhas do plano de remodelação da cidade. Tempos em que havia pressão do governo estadual sobretaxando casarões antigos e estimulando a demolição e a remodelação de prédios e casas no centro. A Praia Grande e o Desterro aprofundaram seu declínio diante da Praça João Lisboa, Rua Grande e adjacências, como espaços mais elitizados, onde se concentravam as lojas, os cinemas, as melhores mercearias, consultórios e farmácias. Nos anos seguintes, inaugurou-se o primeiro viaduto, construído sobre a antiga escadaria do Palácio dos Leões, a Biblioteca Pública da praça do Phanteon, o Hospital Dutra, o estádio Nhozinho Santos e os edifícios do Banco do Estado do Maranhão e do INSS, depois João Goulart, em pleno coração da cidade. Eram tímidos passos rumo à miragem da modernização.
A partir do final da década de 1960, novas transformações acarretadas pela construção das pontes sobre o rio Anil e a barragem do Bacanga, propiciando ocupação de outras áreas e maior circulação. Surgiu o primeiro edifício residencial de apartamentos, o bairro do Olho d’Água afirmava-se como local de veraneio e depois de moradia dos setores proeminentes das classes médias, em seguida, a expansão para o São Francisco-Calhau e a construção dos primeiros conjuntos habitacionais em áreas afastadas, redefiniam o espaço e o movimento da cidade. Era a antiga São Luís em sua lenta mutação, ainda guardando a feição mais recôndita, antes da explosão desordenada que ocorreria nas décadas seguintes e marcam seu epitáfio. Como assinala no posfácio o professor Flávio Soares, um dos diletos ex-alunos da autora, estamos diante de um livro para ser ao mesmo tempo lido, visto e sentido.

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7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Como exposto acima, ainda não temos previsão de impresso.

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  3. Obrigado pela disponibilização do livro em forma digital. Acredito muito que ele vai me ajudar a entender um pouco a história da minha família. Eu explico: meu bisavô João Torres Filho foi pastor batista e alfaiate nos anos de 1909 e 1910 em São Luís na região de Madre de Deus. Morreu em Belém possivelmente entre os anos de 1912 e 1913 de tuberculose. Grato, Esdras Torres.

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  4. Extraordinário trabalho, professora! Brava!!
    Um esforço de reconstituição admirável que resultou em deliciosa leitura.
    Muito obrigada,

    Cássia D’Aquino

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  5. Um trabalho fabuloso desse merecia essa generosidade de disponibilizar para o público de forma gratuita. Parabéns! A cidade e seus amantes agradecem muito. Eden Jr.

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  6. Parabéns professora Lourdes pelo belíssimo trabalho! Compartilho do mesmo sentimento do Eden Jr, todos nós só temos a ganhar. Obrigada!

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  7. Muito obrigado por disponibilizar estes materiais.

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